Há quatro anos, Flamengo vivia o capítulo mais triste de sua história

Lembrança dos Garotos do Ninho é o mais importante para que nunca se esqueça e para a luta por responsabilização

Há quatro anos, o Clube de Regatas do Flamengo acordou e viveu o dia mais triste de sua história. Um incêndio no alojamento de jovens no Ninho do Urubu acabou matando 10 jovens jogadores que jogavam pelas categorias de base Rubro-Negras. Além dos mortos, o incidente afetou a vida de outras dezenas de jovens jogadores e funcionários que estiveram presentes no local no momento do incêndio e, infelizmente, vivenciaram de perto tal tragédia.

Uma tragédia que, por sua vez, traz muito mais que marcas físicas, deixando efeitos duros também na saúde mental de cada um dos afetados que, sem dúvidas, estarão marcados para sempre pelo incêndio do dia 8 de fevereiro de 2019.

A resposta judicial

A justiça indiciou 11 pessoas pelo incêndio nos containers que foram transformados em alojamentos para as categorias de base no Ninho do Urubu. Mais ainda, classificando o incêndio como um incêndio culposo qualificado como resultados de morte e lesões graves. Nesse sentido, a justiça também determinou que o Flamengo indenizasse às 26 famílias que tiveram seus familiares mortos ou feridos por conta do incêndio.

De forma medíocre, que não condiz com a forma como o Flamengo foi construído dentre e fora de campo, os representantes do clube, inicialmente, fizeram jogo duro para negociar com as famílias. Depois de muitos desacordos e discussões, acordos começaram a ser assinados entre o Fla e as famílias. Hoje, exatos quatro anos depois, apenas uma família segue em embate judicial com o Flamengo para acordar com a indenização. Enquanto que, por outro lado, de forma absurda, ninguém ainda foi responsabilizado pelo incêndio.

O pagamento de indenizações não é para ser utilizado como motivo de graça ou rivalidade nas arquibancadas. É pelas indenizações que essas famílias, em parte, conseguem ver a justiça sendo feito e ter algum tipo de reparação porque, com certeza, o que cada um desses familiares gostaria de ter eram seus entes queridos de volta e saudáveis. Em relação à impunidade, é dever de todos lutar contra ela. Os responsáveis precisam ser julgados e condenados de acordo com a lei, sendo isso mais uma forma de garantir às famílias um desfecho e um pouco mais de justiça.

Garotos do Ninho

As vítimas do incêndio foram:

  • Athila Paixão, de 14 anos
  • Arthur Vinícius de Barros Silva Freitas, 14 anos
  • Bernardo Pisetta, 14 anos
  • Christian Esmério, 15 anos
  • Gedson Santos, 14 anos
  • Jorge Eduardo Santos, 15 anos
  • Pablo Henrique da Silva Matos, 14 anos
  • Rykelmo de Souza Vianna, 16 anos
  • Samuel Thomas Rosa, 15 anos
  • Vitor Isaías, 15 anos
As vítimas do incêndio no Ninho do Urubu. Foto – Reprodução

 

Outros 16 jovens que estavam no alojamento sobreviveram ao incêndio. Três deles seguem no Flamengo: o goleiro Dyogo, o volante Rayan Lucas e o zagueiro Jhonata Ventura. Enquanto os outros sobreviventes seguiram suas carreiras em outros clubes.

  • Felipe Cardoso, meia, foi para o Red Bull Bragantino
  • Wendel Alves, atacante, atua no Internacional
  • Filipe Chrysman, atacante, defende o Guarani
  • Kayque Campos, zagueiro, está no AL Bataeh (Emirados Árabes)
  • Jean Sales, atacante, foi para o FC Alverca (Portugal)
  • Kennyd Lucca, atacante, atua no Cuiabá
  • Pablo Ruan, atacante, está no Atlético-MG
  • João Victor, lateral-direito, está sem clube, mas treinando no Trieste, clube amador de Curitiba
  • Cauan Gomes, atacante, joga no Fortaleza
  • Caike da Silva, meia, atua pelo XV de Piracicaba
  • Naydjel Callebe, volante, trocou o futebol de campo pelo futsal
  • Gabriel de Castro, passava por testes no Fla na época do incêndio,  não se tem informações sobre sua carreira no presente

É muito difícil mensurar moral e juridicamente o que seria justiça neste caso. E, por isso, como torcedores, amantes do futebol e acima de tudo seres humanos nos resta lembrar o acontecimento e os nomes, para que jamais se esqueça, nunca mais aconteça e para que os culpados sejam responsabilizados.

você pode gostar também