Copa América e Eurocopa: decisões divinas

Carlos Drummond de Andrade dizia que, “se há um deus que regula o futebol, esse deus é, sobretudo, irônico e farsante”. Dessa vez, entretanto, a divindade teve toda a fineza para proporcionar, na Europa e América do Sul, as melhores finais possíveis da Eurocopa e Copa américa, respectivamente. A rivalidade secular, de seleções tão importantes à história do desporto, transcorrerá durante 90 minutos, independente de onde se jogue.

Copa América

O famigerado ditado popular, “filho feio não tem pai”, caiu como uma luva nesse campeonato. Após as negativas das sedes anteriores – Colômbia e Argentina – tendo em vista as dificuldades enfrentadas por protestos populares e a pandemia, o Brasil decidiu abrigar a Copa. Longe de sermos exemplos, tudo não passou de um pseudomarketing governamental. Enfim, o juiz apitou e a bola rolou.

A decisão, mesmo com problemas exteriores, exala tradição e história. Maracanã, Rio de Janeiro, Brasil contra Argentina.

Decerto, aqueles que viraram as costas à competição, com razão, irão assistir esse duelo – longe de ser fajuto. Não teve o mesmo brilho de uma Eurocopa, porém, o “Superclássico das Américas” chama a atenção de ambas as partes, detratores e aficionados.

Messi tenta, pela primeira vez, ganhar um título por seu país. Carrega a sina de três vices consecutivos – 2014, 2015 e 2016 – e 2007, perdendo para o Brasil, a final de outra Copa América. O “E.T.” argentino sente o peso, ainda mais quando comparado com seu compatriota, o gigante Maradona. Caso erga a taça, também, será o fim de um jejum de 28 anos sem conquistas dos hermanos.

A seleção Canarinha, por sua vez, quer defender o troféu, como atual campeã. Neymar e Paquetá estão numa sintonia perfeita, animando o torcedor tupiniquim. O bi acalmaria, de certa forma, a pressão sofrida pelo técnico Tite, pois, incrivelmente, há quem queira a saída do comandante.

Eurocopa

Rumando em direção ao Velho Continente, Inglaterra e Itália farão a final da Euro. Melhor, impossível, diante do que foi apresentado por essas duas equipes.

Wembley sediará a peleja decisiva. Certamente, o local será tomado pelos ingleses ensandecidos, que ecoarão “football’s coming home”, no intuito de empurrar a “Three Lions” ao segundo título em sua história.

Lembrando que, a partir de 2018, a seleção foi totalmente remodelada, graças a proliferação de excelentes jogadores – jovens, em sua maioria – que surgiram durante o período.

Igualmente, a “Azzurra” passou por uma transição, após o fracasso de não ir à Copa da Rússia. Ao mesmo tempo em que mesclam experiência e qualidade, proliferam uma juventude sensacional, vide a defesa, com os cascudos Chiellini e Bonucci, contando com o goleiro Donnaruma, gigante de 22 anos, ótimo sucessor do Buffon. Para os italianos, é a chance de expurgarem o período tenebroso dos últimos anos.

Vale a pena prestigiar

Portanto, caro leitor, atente-se ao horário dos duelos:

  • Argentina x Brasil, Copa América, sábado, às 21 horas. Local da partida: Maracanã.
  • Itália x Inglaterra, Eurocopa, domingo, às 16 horas. Local da partida: Wembley.

 

 

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