A força de Al Ahly em mais um capítulo da sua história

Escrever sobre futebol e não citar o Al Ahly, maior campeão egípcio e da Liga dos Campeões da CAF é como falar sobre fórmula 1 e não citar Giuseppe Farina.

Localizado na capital Cairo, o Al Ahly, do Cairo, comandado pelo suíço Marcel Koller, tenta mais uma vez ganhar aquele que é o único título que falta em sua galeria; e de uma vez por todas marcar o seu nome como um dos clubes mais vencedores e tradicionais que já existiu no futebol.

Depois de um início de temporada ruim, perdas de jogadores e troca de comando, o time tem demonstrado aos poucos voltar a ser o time que os seus torcedores acompanharam ao longo dos dos seus 115 anos de fundação. Um time que luta até o final, excluindo a palavra desistir do seu vocabulário. Esse espírito foi visto tanto na vitória de 3×1 sobre o Auckland City e na última partida de 1×0, com gol no final do segundo tempo, em partidas realizadas no Mundial de Clubes de 2023, realizados no Marrocos.

Todos sabemos que será uma batalha difícil travada na próxima quarta-feira contra a equipe do Real Madrid, mas eles têm um ponto a seu favor; a torcida egípcia e a população marroquina que tem agora o Al Ahly como o seu último representante árabe e com chances reais de fazer história; tal como foi a seleção marroquina na última Copa do Mundo, realizada no Catar ou a classificação histórica da seleção egípcia para a copa da Rússia 2018, comandada por aquele que é considerado por muitos como “O Faraó do povo”, o jogador Mohamed Salah, atualmente no Liverpool.

Al Ahly possui uma das maiores torcidas do mundo
Foto: Reprodução/Al Ahly

 

Conhecidos como ‘’Os Vermelhos “, a torcida do Al Ahly não mede esforços para apoiar o seu time. Seja cruzando o Egito em viagens para assistir aos jogos do campeonato nacional, ou viajando por toda África nas partidas da Liga dos Campeões CAF, onde são detentores de dez títulos, sendo essa a equipe mais vitoriosa do torneio.

Torcida essa que pelas últimas contagens chega a beira de 45 milhões de torcedores, dita como uma das maiores e mais vibrantes torcidas do mundo e primordial para momentos importantes do Egito: como a valorização da sua bandeira nacional dentro de um ambiente imperialista britânico no início do século XX, derrubada de um ditador, a luta por justiça pela tragédia de Port Said – que culminou com a morte de 79 torcedores e mais de mil feridos – e entre outros momentos importantes ou que estão marcados na história desse país, do norte da África.

Para os egípcios de forma geral o futebol é tratado como um questão patriótica, uma questão nacional, sendo o Al Ahly um símbolo desse movimento, indo além de simplesmente um esporte como em vários países, algo que se assemelha bastante ao futebol brasileiro nos anos de ouro comandada por Pelé, Garrincha e companhia.

Não o podemos deixar de salientar que o futebol egípcio continua até os dias atuais sendo tratado como um ponto de fuga dos problemas cotidianos egípcios, como a pouca valorização da sua moeda, casos de corrupção, condições de vida fora das grandes cidades, entre outros problemas sociais que se assemelham e que os tornam de fato bastante parecidos com a realidade brasileira.

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