Água Santa: da várzea à final estadual

Conheça a história do adversário do Palmeiras na final do Paulistão

Em Diadema, no dia 27 de outubro de 1981, foi fundado o Esporte Clube Água Santa. Surgiu como um clube de várzea, disputando principalmente a Liga de Futebol Amador de Diadema. A equipe foi fundada por imigrantes nordestinos, nortistas e mineiros que sentiam falta de lazer no bairro do Jardim Inamar. Desde então, sucesso foi o que não faltou ao clube em seus objetivos, já que alcançou ao todo 17 títulos na várzea, somando profissional e juvenil, se tornando um dos times de várzea de maior sucesso no ABC paulista.

Na antiga sede do clube, localizada na Rua dos Manacás 285, hoje se encontra um bar, que ainda conserva uma pintura do escudo utilizado pelo clube na época amadora.

Foto: Yan Resende

 

30 anos após a sua fundação, o clube decidiu dar passos mais largos. Em 2011 a equipe foi profissionalizada, mas em 2012 decidiram por disputar apenas competições de base, iniciando então em 2013 a sua jornada profissional na Segunda Divisão Paulista, equivalente à 4ª divisão estadual. Nos 3 anos seguintes, vieram 3 acessos seguidos para alcançar em 2015 a elite do Paulistão, algo até hoje inédito no futebol paulista.

Com o objetivo do acesso conquistado, o clube resolveu investir em marketing, e convidou os cantores Naldo e Thalles Roberto para comporem o hino do clube, que foi lançado em 2016.

 

O clube disputou a elite 2016, porém foi rebaixado e permaneceu fora da primeira divisão até 2019, quando conseguiu novamente o acesso. Em 2020 caíram novamente, apenas para subirem mais uma vez em 2021, permanecendo até hoje entre os 16 principais times do estado. Em 2022, lutaram até as últimas rodadas contra o rebaixamento, mas conseguiram pela primeira vez em sua história permanecer na elite paulista.

Temporada Histórica

O ano de 2023 foi mágico para a equipe, que terminou o Grupo B empatado em pontos com o São Paulo e alcançou as quartas de final, feito que já foi celebrado como um título pelos torcedores e pelo povo de Diadema. A história melhorou quando, no mata-mata, disputado contra o tricolor paulista no Allianz Parque, o Água Santa conseguiu segurar o empate em 0x0 e levar para os pênaltis, onde fez história novamente, vencendo por 6×5.

Por questões estruturais, o Água Santa não pôde mandar a semifinal contra o RB Bragantino em seu estádio, então a partida foi levada à Vila Belmiro, em Santos. O time de Bragança Paulista saiu na frente no primeiro tempo, mas no início da segunda etapa o goleiro Cleiton falhou e perdeu a bola para Lucas Tocantins, que empatou para o time de Diadema. O Bragantino permaneceu pressionando, mas sem conseguir criar muitas chances, e a partida foi novamente para os pênaltis. O pequeno clube da Grande São Paulo fez história novamente, vencendo a disputa por 4×2 e alcançando a final do Paulistão, 13 anos depois de sua profissionalização.

Foto: Flickr FPF / Rodrigo Corsi

 

Incertezas para a final 

Após a euforia da classificação, o clube viveu uma dúvida por algumas horas. Como a equipe não tem calendário previsto para 2023 além do Estadual, muitos jogadores já possuem pré-contratos com times das Séries A e B do Brasileirão. Acontece que a janela para transferências nas duas principais divisões brasileiras se encerra no dia 4 de abril, data que se encontra entre o primeiro e o segundo jogo da final Paulista, que serão disputados nos dias 2 e 9.

Havia a possibilidade do clube não ter muitos de seus jogadores para o segundo jogo, mas felizmente uma exceção foi aberta pela CBF, e jogadores que ainda estão jogando estaduais poderão ser inscritos após a data limite da janela de transferências. A única incerteza que resta para a final é o estádio em que será disputado o primeiro jogo, com o mando do Água Santa. O clube já manifestou seu desejo de jogar novamente na Vila Belmiro, mas no momento o palco permanece indefinido.

A história já está escrita, mas nos dias 2 e 9 de abril ela será atualizada e pode ficar ainda melhor.

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